sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

JESUS E O EXEMPLO DAS CRIANÇAS

Texto Bíblico: Marcos 10:13-16



Então lhe traziam algumas crianças para que as tocasse; mas os discípulos o repreenderam.

Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino de Deus.

Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como criança, de maneira nenhuma entrará nele.

E, tomando-as nos seus braços, as abençoou, pondo as mãos sobre elas.


A graça e a paz do Senhor Jesus estejam sempre com todos!

A atitude de pessoas levarem as crianças ao encontro de Jesus, incomodou os seus discípulos. No contexto do capítulo 10, Jesus acabara de ensinar a multidão na Judeia, além do Jordão e, logo após, discursou sobre o divórcio com os fariseus. 

Para os discípulos, seria um desperdício de tempo o Mestre usar de misericórdia para com os infantes no meio de importantes ministrações. Eles enxergaram o fato de maneira prática, e não compreenderam que as crianças estavam mais aptas a receber o reino dos céus do que a multidão que seguia a Jesus, e também, dos religiosos fariseus que queriam por o Senhor à prova.

Era natural a indignação do Senhor Jesus diante de tamanha truculência daqueles que o seguiam e partilhavam do seu ensino intimamente, pois o Mestre era o exemplo vivo da mansidão: "Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas"(Mateus 11:29).

Em outra oportunidade, Jesus ensinou a não desprezarmos os pequeninos: "Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que está nos céus"(Mateus 18:10).

Ele usou o exemplo da fragilidade das crianças para confundir as mentes que estavam acostumadas com os tratos religiosos e outros grandes feitos. É assim que o Senhor age: "e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes(1 Coríntios 1:27). As crianças são seres que demonstram mais facilmente a sua afeição e carinho e são dependentes emocionalmente. Aquelas crianças tinham uma total devoção interior a Jesus, e da parte dele, uma total aceitação. Ele as tomou nos seus braços e pôs suas mãos sobre elas para abençoá-las.

As crianças não devem ser impedidas de exercerem a sua fé em Jesus. Isto deve ser feito de maneira espontânea. Não devem ser fanatizadas, pois isso é uma maneira de queimá-las espiritualmente. Elas deveriam seguir sempre o exemplo de seus pais ou responsáveis e serem incentivadas a ir ao encontro do Mestre como fizeram as pessoas do texto. A Palavra de Deus assim nos ensina: "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele"(Provérbios 22:6). 

Jesus também nos ensinou que não se deve escandalizar uma criança: "Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que creem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar" (Mateus 18:6).  Nesta passagem, não há um meio termo usado pelo Senhor para tratar com aqueles que põem tropeços no caminho de uma criança. O peso e o tamanho da mó(pedra de moinho) condizem com os danos e as consequências que a iniquidade praticada causou a um pequenino. Trata-se um pecado de tamanha gravidade! 

Atualmente, devido a devassidão do coração humano, adultos estão violando a pureza das crianças com suas perversidades e imoralidades tais com a pornografia, pedofilia e a ideologia de gênero. Essa podridão está sendo diluída em músicas sensuais com letras imorais; filmes, desenhos e programas da televisão ou canais de vídeo da internet, redes sociais, revistas e cartilhas impressas etc. 

Acreditem! As crianças estão sendo desencorajadas a ter uma vida de pureza e de fé e estão sendo levadas ao lamaçal do pecado cada vez mais cedo e ensinadas a viver na ilusão e na descrença de um mundo adulto. É muito abismo para pouco chão. Por isso Jesus tem que ser a base e a edificação de tudo para uma criança também, pois Ele é a nossa rocha: "E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha"(Mateus 7:25).


Jesus nos ensina que devemos receber o reino dos céus como uma criança, e que se não fosse assim, jamais entraríamos no reino. A humildade é a primeira lição que devemos aprender com elas. Isto significa que é preciso reconhecer que necessitamos de Cristo para a nossa redenção e entrada no Seu reino. 

As outras coisas que deveríamos observar é que as crianças são puras, sinceras, inofensivas, livres de rancor e malícia, mansas e modestas; sem orgulho, vaidade e ambição, e sem os desejos de grandeza e superioridade. 

É fácil falar da amizade que Jesus tinha com as crianças quando isso não implica em mostrar grandes verdades que nos fariam sentir envergonhados da nossa hipocrisia, da falta de humildade e de pureza diante de Deus. Quando olharmos para uma criança, deveríamos nos lembrar de quanto somos falhos, e de quanto ainda estamos distantes da perfeição.

"Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus"(Filipenses 3:12-14).

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

O Deus que nos sustenta

Texto Bíblico: Atos 17:28

"Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração".


A Graça e a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo sejam abundantes a todos!

Este versículo acima nos mostra que a sustentação do fôlego de vida vem de Deus, quer queira o homem ou não. Ele não só criou o mundo, como vemos em Gênesis 1, mas continua atuando de forma distinta na manutenção de toda a Sua criação. Uma das passagens mais claras acerca dos cuidados de Deus por nós e pela vida em geral é expressa por Jesus Cristo, o Seu Filho: "Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?" (Mateus 6:26,27). 

O que podemos aprender com este versículo de Atos e com as palavras de Jesus, é que Deus é o nosso cuidador e sustentador. Podemos ter os nossos passos assistidos por Ele, pois nos acrescenta os dias à nossa existência. As aves, citadas por Jesus, nos dão uma certa ideia de independência e liberdade, entretanto, essas criaturas não produzem trabalho algum. Vem de Deus o sustento e a provisão para estes seres alados. É Ele quem faz o sol se levantar sobre todos os seres humanos, não importando se são bons ou maus, e também, faz a chuva cair sobre justos e injustos (Mateus 5:45).

A) Porque nele vivemos: Deus é a fonte de toda a vida e criação. Ele é o criador e o idealizador da vida em todo o seu aspecto material e espiritual. No contexto próximo, o apóstolo Paulo afirma: "pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas"(Atos 17:25). Proveniente de Deus é o folego de vida que foi dado através de um sopro, e a partir daí, o homem se tornou uma alma vivente. Vejamos em Gênesis 2:7 o que Deus fez: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente"(Gênesis 2:7). Jó reconheceu que Deus é o mantenedor da vida dele: "Que, enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus nas minhas narinas" (Jó 27:3). 

Entrando no aspecto espiritual, Deus nos concede por Sua graça imerecida a vida eterna em Jesus Cristo: "E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho"(1 João 5:11). E o que dizer de João 3:36?  "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".

B) E nos movemos: Deus manifestou o seu poder para criar o mundo. Fomos feitos criaturas que se movem, agem, falam, trabalham, correm, levantam, caem, escrevem etc. Tudo isso é vida em movimento. Se repararmos no capítulo primeiro de Gênesis, vamos nos deparar com tamanha energia sendo desprendida por Deus no ato da criação. Até "o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas"(v.2) O verbo mais usado por Deus é o criar e em seguida ele dá alguns comandos à Sua criação: águas - se ajuntem(v.9), terra - produza(v.11), luminares - iluminar/governar(v.14 - 18), homem - frutificar/multiplicar/encher/sujeitar/dominar.

C) E existimos: Deus nos dá o sentido verdadeiro da vida. Ainda que Deus provenha ao homem o trabalho como fonte de sustento para a sua vida, alguns só vivem para acumular bens materiais e podem acabar os seus dias frustrados e entediados. Foi assim que disse o sábio rei Salomão: "E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol"(Eclesiastes 2:11).

Outros vivem a estudar e a pesquisar a vida toda, mas não conseguem se satisfazer interiormente e encontrar um sentido para a vida: "E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne (Eclesiastes 12:12). Não que o trabalho e o estudo sejam coisas ruins em si mesmas, muito pelo contrário, eles trazem uma direção, edificação, honra e dignidade ao homem. A verdade é que estas coisas são meios de vida e de sustento para o ser humano e não são uma filosofia em si.

O livro de Eclesiastes nos ensina mesmo que o homem tenha vivido plenamente a vida, adquirido muitas riquezas e bens materiais, se enchido do conhecimento e tenha tido bom êxito em todos os seus empreendimentos, ele não fartará a sua alma de satisfação. Salomão diz que fim de tudo é obedecer a Deus: "De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem"(Eclesiastes 12:13).


EPICUREUS E ESTOICOS

Zenão de Cítio e Epicuro
                   
"E alguns dos filósofos epicureus e estoicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição"(Atos 17:18).

No capítulo 17 de Atos, o apóstolo Paulo se encontrava pregando sobre Jesus e a ressurreição dos mortos e alguns filósofos epicureus e estoicos contendiam com ele sobre sua estranha doutrina.

Os epicureus seguiam as idéias do filósofo grego Epicuro(341-270 a.C.), que eram baseadas numa busca serena e calma de prazeres(difere do hedonismo, que é a busca exacerbada dos prazeres), que trariam tranquilidade ao homem e o livrariam do medo e do sofrimento físico. É a filosofia da busca do sossego para uma vida feliz e saudável, eliminando-se qualquer temor da vida futura, sejam ela os deuses ou a morte.Era uma filosofia de cunho materialista e negava a imortalidade. Esta escola de pensamento é conhecida como epicurismo e ensinava que o prazer é o bem maior do homem. 

Já os estoicos, seguiam a Zenão de Cítio(340 - 264 a.C.), também filósofo e natural de Chipre, que ensinava que o ser humano atinge a felicidade e a plenitude quando deixa de lado as paixões terrenas, as contrariedades, os desassossegos e aborrecimentos da vida. Outro ponto desta doutrina é que o homem deveria se entregar à apatia, deixando-se levar pelo destino durante a vida, ou seja, uma forma de determinismo.  Esta escola de pensamento é conhecida como estoicismo e ensinava que a virtude é o bem supremo do homem.


FILOSOFIA X EVANGELHO E A RESSURREIÇÃO


Duas filosofias, duas escolas e uma porção de filósofos contendendo com o apóstolo Paulo, Jesus e a doutrina da ressurreição. Segundo a descrição em Atos, havia muita idolatria e superstição em Atenas e isto incomodava o coração do apóstolo, pois ele havia notado que havia santuários para todo o tipo de divindade, inclusive "AO DEUS DESCONHECIDO", que é o Deus que nós cremos(Atos 17:23).

No seu discurso no Areópago, ele denuncia a superstição exagerada dos atenienses, lembra que Deus não leva em conta o tempo em que o homem viveu na ignorância de suas crenças, enfatiza a necessidade do arrependimento e cita o julgamento que será feito através de Jesus Cristo, o qual foi ressuscitado pelo poder de Deus(Atos 17:30,31). A pregação gerou descrença, escárnio e dúvida nos atenienses, mesmo assim, alguns creram na pregação(Atos 17:32-34).

Areópago: tribunal de justiça ou conselho, célebre pela honestidade e retidão no juízo, que funcionava a céu aberto no outeiro de Marte, antiga Atenas, desempenhando papel importante em política e assuntos religiosos

Sabemos que para nós a ressurreição de Jesus é um dos pilares da fé cristã e é nossa esperança de viver a vida eterna como o nosso Senhor e Salvador. Ele mesmo nos ensinou sobre a ressurreição: "Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá"(João 11:25). 

Paulo comenta em I Coríntios sobre isso, citando que o Senhor Jesus morreu por nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou dos mortos ao terceiro dia segundo as Escrituras haviam predito. O apóstolo cita ainda muitas testemunhas oculares da ressurreição do Senhor, entre elas, Pedro e Tiago(1 Coríntios 15:3-7). 

Para nós não haveria sentido em servir a um Cristo que morreu e não ressuscitou, pois seriam vãs a nossa fé e e a nossa pregação, e seríamos considerados "falsas testemunhas de Deus"(1 Coríntios 15:14-15). Outros pontos ressaltados pelo apóstolo Paulo é que permaneceríamos nos nossos pecados, os que dormiram em Cristo estariam perdidos e que seríamos "os mais miseráveis de todos os homens"(1 Co 15:17-19).

O Senhor Jesus Cristo também é a "primícia dos que dormem", ou seja, o primeiro a ser ressuscitado dentre os mortos: "Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem"(1 Coríntios 15:20). 

Os epicureus e os estoicos tinham maneiras diferentes de encarar a vida baseados nas filosofias de seus mestres. A primeira diz que o prazer deve ser buscado para trazer tranquilidade ao homem, já a outra prega o abandono das paixões terrenas e de tudo aquilo que desinquieta o coração humano. Ambas se apoiam naquilo que acham melhor para tornar o homem mais satisfeito e feliz durante a vida. São filosofias baseadas na negação ou fuga do sofrimento presente e não trazem nenhum esperança de vida após a morte. 

Acredito que algumas filosofias tendem mais para o ascetismo, ou seja, uma mortificação ou severidade no intuito de controlar os desejos do corpo, alcançar um aperfeiçoamento espiritual e rejeitar os prazeres mundanos. A Bíblia nos ensina que este rigor ascético não tem nenhum valor e só leva a uma satisfação carnal: 

"Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que é que vocês, então, como se ainda pertencessem a ele, se submetem a regras:"Não manuseie! " "Não prove! " "Não toque! "? Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne"
(Colossenses 2:20-23__Nova Versão Internacional).

Observemos que a doutrina humana está baseada na aparência de sabedoria, ou seja, é algo mais externo e que atinge mais o corpo do que o espírito humano:

1 - Pretensa religiosidade.
2 - Falsa humildade.
3 - Severidade com o corpo.

Sabemos que nada dessas coisas nos poderá trazer uma maior comunhão com Deus a não ser viver em Espírito para não cumprir as obras da carne. "Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne"(Gálatas 5:16).

Jesus nos ensinou a encarar os embates da vida com ânimo, sendo o Senhor a nossa fonte de paz: "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (João 16:33). 

Jesus, através do Sermão da Montanha, nos ensinou algumas atitudes para enfrentar a vida e não se conformar com o mundo à nossa volta: oferecer a outra face ao invés de revidar um golpe físico, orar pelos inimigos e amá-los, perdoar os ofensores, reconhecer a grandeza e o senhorio do Pai celestial. 

Ele ainda condenou a religiosidade externa e nos enfatizou fazer as obras em secreto, acumular riquezas celestiais, não viver inquieto, cuidar da própria vida espiritual, fazer o bem, a discernir os falsos profetas, e sobretudo, praticar a Sua Palavra para ter uma edificação sólida.

Sabemos que a Palavra de Deus exprime a Sua vontade e que os pensamentos de Deus são mais altos dos que os nossos. A filosofia pode nos mostrar alguns caminhos para explicar a jornada humana pela vida, mas há um único Caminho, que é Jesus Cristo, e por Ele temos acesso ao nosso Deus e Pai!

"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim"(João 14:6).